Jae Ho Lee, sócio do Ornatus: injeção de quase R$ 50 milhões para abrir 100 lojas em 2011, de bijuterias e restaurantes
"A diferença é de uma margem de 3% a 5% no interior para 1,5% a 2% das capitais", diz Lee. De acordo com o empresário, é preciso pagar até R$ 1 milhão para abrir uma loja na praça de alimentação de alguns dos maiores centros de compras da capital paulista. "Grandes shoppings cobram luvas [permissão para abrir loja] absurdas, de mais de R$ 600 mil", diz Lee.
Segundo ele, o alto custo para abertura de loja na capital não se restringe aos restaurantes e afeta outras bandeiras do grupo: a Morana e a Balonè, ambas de bijuterias. "Para abrir uma loja da Balonè [voltada à classe C] em um shopping da zona norte, por exemplo, teria um custo de R$ 1,2 milhão, com aluguel de R$ 19 mil por mês", afirma. "É fora da realidade".Em 2011, estão sendo abertos 100 pontos de venda das quatro bandeiras comandadas pelo grupo - Jin Jin Wok, Jin Jin Sushi, Morana e Balonè -, com investimentos de aproximadamente R$ 50 milhões. A grande maioria são franquias: das atuais 260 lojas, o Ornatus é dono ou sócio de apenas 11. Em 2010, o faturamento das quatro bandeiras subiu 25%, para R$ 162 milhões. Este ano, a meta é repetir o índice de crescimento.
Em restaurantes, o grupo já operava com a Jin Jin Wok, que oferece iguarias da Tailândia, Japão, Coreia e, principalmente, da China. "Mas percebemos que a receptividade do público para a comida chinesa nem sempre é boa, pelo fato de os pratos serem considerados mais calóricos", diz Lee, descendente de coreanos. A comida japonesa, por sua vez, antes considerada "de elite", vem ganhando cada vez mais adeptos, inclusive entre a classe média, afirma o empresário. "É comum ver rodízios de pratos japoneses e mesmo opções em restaurantes por quilo", afirma.
Mas a mudança mais importante, na opinião de Lee, foi a adesão das novas gerações à culinária japonesa. "Há cada vez mais adolescentes e crianças optando por pratos como sushi ou sashimi".
Além das duas unidades do Jin Jin Sushi previstas em Ribeirão Preto (nos shoppings Santa Úrsula e Novo Shopping), a bandeira terá uma loja de rua em Araraquara.
No interior, afirma Lee, o público costuma se identificar mais com a culinária chinesa, na qual os pratos quentes dominam. "Mas começamos a ver que em algumas cidades, como Araraquara, os pratos tipicamente frios da comida japonesa ganham mais espaço", diz. Nessas cidades, a maior demanda acontece no jantar e nos fins de semana, diferentemente das capitais, onde o horário de pico é o do almoço. Além disso, afirma, no interior a concorrência está longe de ser a mesma da capital. "O restaurante acaba se tornando referência não só na cidade, mas na região".
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